quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Carta a um ex-noivo

Foram dois anos de namoro, cumplicidade, de reciprocidade e muito diálogo.
 Apreciava tudo em ti, desde teu sorriso ao teu toque. Contemplava teus olhos, admirava a forma bagunçada de teus cabelos, a capacidade de roubar de mim um sorriso, até de tuas partidas azucrinantes, no momento, mas que horas depois eram motivos de grandes gargalhadas. Porém, de um tempo para cá, teu toque já não mexia com minha estrutura e teu olhar era apenas mais um, eras meu catalisador mas já não aceleravas o batimento do meu coração. Relembro dos lindos planos, ambiciosos projectos e dos sonhos a serem alcançados num futuro breve para nós os dois.
Me lembro quando você insistia que queria 7 filhos e eu minuciosamente dizia que pensaria no teu caso. Minha mente audaciosamente revive cada momento. Quando juntos saíamos, na calada da noite, para apreciar o brilho das estrelas, nas últimas férias de verão das lindas praias do Havaí, das noites que passamos em claro sem nos preocuparmos com as horas, quando juntos apreciávamos o cinema francês, lembro perfeitamente do jantar surpresa, quando corajosamente me pediste em casamento. Teus olhos brilhavam, tuas mãos trémulas sobre a minha, tuas palavras gaguejadas exprimiam sinceridade. Parecias um menino. Apenas um menino apaixonado, e eu...eu estava confusa. Congelei no tempo e desesperadamente precisava ter noção de tudo que estava a se passar. Respirei fundo e percebi que ainda aí estava, num restaurante lindo, com detalhes mais românticos que alguma vez vi, ouvindo All of me em minha frente estava alguém que algum dia foi o homem dos meus sonhos mas que já não era. Um homem por quem eu perdi o encanto.

— Quer casar comigo?

Estas palavras repercutiram em minha mente de modo vagaroso. Cheguei a acreditar que sofria de xerostomia, pois além de perder a fala senti minha boca seca. Olhei ao redor e percebi que dezenas de pessoas estavam ansiosas à espera da resposta. Sorri disfarçadamente e acenei a cabeça em concordância. Logo em seguida me beijaste apaixonadamente mas ainda assim eu nada senti. Disse "sim" porque esperançosamente desejava fazer renascer o sentimento que algum dia me prendeu a ti. Acreditava piamente que eu poderia superar aquela fase e relembrar os motivos que me fizeram gostar de ti. Tu despiste a tua alma à mim, mas eu não soube aproveitar toda informação preciosa. Hoje estou aqui com lágrimas nos olhos por não ter conseguido rebrotar este sentimento. Não sei qual destes erros foi pior: fazer-te acreditar que sempre te amei, tentando ridiculamente domar meu coração astucioso ou querer buscar a minha felicidade.
Espero que um dia me compreendas por ter partido. Não peço que me perdoes, apenas que sejas forte o suficiente para amar novamente. Amar alguém que realmente mereça. Onde quer que estejas hoje, quero que saibas que foste mais do que eu merecia.



Leila Nunda

quarta-feira, 15 de julho de 2015

I still love her



Eu a amava. Não sei dizer em outras palavras, simplesmente a amava. A amei desde o dia em que nos conhecemos até o seu último suspiro em meus braços, na cama do hospital. Amava sua personalidade, suas qualidades, sua sinceridade, sua extravagância ímpar, seu corpo escultural, sua meiga e sem igual maneira de dizer que me ama, amava… tudo nela.
Faz sete meses e dezasseis dias que ela não está mais aqui. Mas todos os dias eu acordo na esperança de poder revê-la, tudo porque não me acostumei com sua ausência e não acho que algum dia isso vá acontecer. Para todos ela morreu, mas não para mim. Ela continua viva e está presente em tudo o que faço: em meus pensamentos, meus devaneios, meus sonhos, meus momentos de solidão, quando tudo parece estar desabando ela continua aqui, dizendo que acredita em mim, que tudo vai melhorar, e o mais importante de tudo: que ela ama-me.
Morreu, mas continua viva. O cheiro suave do seu perfume, a maciez do seu cabelo, sua voz delicada, seu toque eletrizantre, seu olhar que me deixa tímido, seus lábios, sua boca, suas curvas perfeitas, seu sorriso contagiante… morreu, mas continua viva. Carrego lembranças em mim, bem dentro do meu coração, lembranças que nunca desvanecerão: nossos amores, nossas brigas, nossas promessas, os planos que fizemos juntos, lembro-me perfeitamente do nosso primeiro beijo… tudo que nós vivemos eu continuo vivendo.
Ainda a amo, não sei deixar de a amar. Aprendi que quando se ama, ama-se inteiramente e não importa o tempo que nós vivemos juntos, para mim foi uma eternidade e isso era tudo o que eu precisava.
Ainda a amo.



Pascoal Gomes

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Seja bem-vindo ao nosso blog

Sejam todos bem-vindos


Somos um grupo de jovens estudantes (dois, na verdade), que apesar das nossas muitas diferenças, temos muito em comum. E é isso que pretendemos aqui partilhar.

Este é um blog literário. Criamo-lo com o objetivo de compartilhar com vocês os nossos textos, textos esses que fluem, geralmente, e profundo silêncio, daí o nome do blog. Juntamente com os textos também procuraremos partilhar nossos ideais acerca dos mais variados assuntos, quer por imagem ou por vídeo. Esperamos que gostem. Caso gostem, pedimos que divulguem o blog e/ou convidem vossos amigos e outros a visitarem-nos também. E mais, estamos abertos às dicas e sugestões.

Atenciosamente, Pascoal Gomes e Leila Nunda